Pedidos de Registro de Marcas Crescem 143% em uma Década: O Impacto do INPI na Proteção Empresarial
O volume de pedidos de registro de marcas no Brasil apresentou um crescimento expressivo nos últimos 10 anos, passando de 165.613 em 2013 para 402.460 em 2023, um aumento de 143%, de acordo com dados divulgados no Anuário da Justiça Direito Empresarial 2024. Este crescimento reflete a importância crescente da propriedade intelectual como estratégia de competitividade no mercado brasileiro.
A Marca como Pilar Estratégico no Ambiente de Negócios
A marca se tornou uma peça-chave no posicionamento estratégico de empresas, assegurando reconhecimento e fidelidade junto aos consumidores. Sua proteção permite distinguir produtos e serviços, consolidando a identidade de mercado de uma organização. Esse crescimento reflete o esforço das empresas em proteger seus ativos intangíveis, garantindo que seus valores e reputações estejam juridicamente amparados.
Essa busca por proteção é corroborada pelo aumento no número de disputas judiciais sobre marcas, que em 2023 se destacaram como o terceiro tema mais frequente em julgamentos empresariais no Tribunal de Justiça de São Paulo, atrás apenas de casos envolvendo insolvência.
Contrastes no Registro de Patentes
Enquanto os registros de marcas avançam, o cenário das patentes revela uma queda de 18% no mesmo período. Essa redução é atribuída à morosidade no processamento dos pedidos e às mudanças no prazo de vigência das patentes. Apesar disso, o INPI vem implementando ações para otimizar os processos, como automação e redução do estoque de pedidos pendentes, diminuindo em 80% o acúmulo desde 2019.
Decisões Judiciais que Marcam o Setor
Um caso emblemático julgado em 2024 pela 2ª Câmara Reservada de Direito Empresarial do TJ-SP destacou a proteção à marca como essencial para a competitividade. O tribunal condenou o Magazine Luiza por concorrência desleal ao utilizar os nomes "Casas Bahia" e "Ponto Frio" como palavras-chave em anúncios patrocinados, reforçando a relevância do registro e da proteção de marcas.
A Caminho de um Futuro Mais Ágil
O presidente do INPI, Júlio César Moreira, declarou que a meta do órgão é reduzir o prazo para decisões de registro de marcas a um mês (sem oposição) até 2026. O tempo médio de exame de marcas agora é de 16 meses (sem oposição) e 23 meses (com oposição). Isso será possível com a ampliação do quadro de servidores e a continuidade dos avanços tecnológicos.
Conclusão
Os números e esforços do INPI mostram um cenário positivo para a proteção de marcas no Brasil, essencial para empresas que desejam se destacar em um mercado competitivo. Investir em propriedade intelectual é uma estratégia que vai além da proteção legal: é um diferencial para a construção de valor e reputação.
Fonte:
Consultor Jurídico