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Enquanto a Disney é um império global de entretenimento, no Paraguai, há um outro Mickey que reina supremo. Fundada há três gerações, a empresa Mickey do Paraguai conquistou o público local com produtos como molho de pimenta, panetone e até ervas para o famoso mate paraguaio. O mais curioso? O mascote da empresa é um rato muito parecido com o icônico Mickey Mouse da Disney!
O que começou como uma pequena loja em 1935 cresceu e virou parte da cultura nacional, com seus produtos sendo consumidos por milhares de paraguaios. Mas a trajetória de sucesso veio com desafios: em 1991, a Disney entrou na Justiça contra o uso do nome e do personagem. Durante o processo, a Disney insistiu que os consumidores poderiam confundir os dois "Mickeys", mas o fato de a marca paraguaia ter sido registrada antes de qualquer contestação enfraqueceu o argumento da multinacional. Em 1995 um tribunal de marcas no Paraguai decidiu a favor da empresa local, afirmando que a marca tinha sido registrada e usada de forma contínua desde 1956, muito antes de qualquer contestação da Disney. Esse ponto foi crucial, já que a família Blasco renovava o registro de sua marca regularmente sem qualquer oposição por décadas.
A Suprema Corte do Paraguai, em 1998, confirmou essa decisão, garantindo que a marca Mickey paraguaia tinha o direito de continuar a operar no país.
Hoje, o Mickey Paraguaio não só sobreviveu à batalha legal, mas é um símbolo de orgulho nacional. Mesmo com a limitação de operar apenas dentro do Paraguai, a empresa continua sendo uma referência e um ícone amado pela população, com produtos que resgatam tradições e memórias afetivas dos paraguaios. E a presença do famoso mascote nas ruas, distribuindo doces e posando para fotos, continua a encantar gerações.
A coexistência foi essencialmente imposta devido à falha da Disney em contestar o registro de marca no Paraguai dentro do prazo legal. Com isso, a empresa perdeu a oportunidade de proteger integralmente o uso exclusivo do nome e da imagem do personagem. Essa situação reflete a importância da vigilância constante e da ação rápida nas questões de propriedade intelectual, especialmente para marcas icônicas, a fim de evitar o uso concorrente indesejado.
Fonte: Folha de S.Paulo