Café da Chapada Diamantina Conquista Selo de Qualidade com Indicação Geográfica
O café da Chapada Diamantina acaba de alcançar uma importante conquista: o reconhecimento da Indicação Geográfica (IG), concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Esta certificação, na modalidade Denominação de Origem, valoriza o produto local ao destacar suas características únicas, profundamente ligadas aos fatores naturais e humanos da região. O selo de qualidade traz mais competitividade ao mercado nacional e internacional, e reforça o compromisso com a excelência do café produzido na Chapada.
O que é Indicação Geográfica (IG)?
Ao longo dos anos, algumas regiões se destacam por produtos que carregam identidade e tradição. A Indicação Geográfica (IG) é um reconhecimento oficial de que a origem geográfica de um produto tem influência decisiva em suas qualidades e características. Ao certificar um produto, a IG garante que ele representa a excelência local, diferenciando-o no mercado global.
A IG pode se dividir em duas categorias principais:
- Indicação de Procedência (IP): Quando uma região ou localidade se torna conhecida por ser um centro de produção, fabricação ou extração de um determinado produto. É necessário comprovar a fama da área em relação à produção.
- Denominação de Origem (DO): Quando as qualidades ou características de um produto são determinadas exclusivamente por fatores naturais e humanos do local de produção. Isso inclui clima, solo, tradição e conhecimento local.
O Impacto para o Café da Chapada Diamantina
Com este reconhecimento, o café da Chapada Diamantina se torna o primeiro produto da Bahia a obter uma Denominação de Origem (DO). Fatores como o clima, a altitude e o manejo cuidadoso dos produtores são elementos que contribuem para o sabor único da bebida – uma mistura de notas cítricas, de nozes e chocolate, além de uma acidez equilibrada e final prolongado.
A Bahia já possuía cinco Indicações Geográficas, todas de Indicação de Procedência (IP): Sul da Bahia (amêndoas de cacau), Região Oeste da Bahia (café), Microrregião Abaíra (cachaça), Vale Submédio São Francisco (uvas e mangas), e Vale do São Francisco (vinhos e espumantes). Com a conquista do café da Chapada Diamantina, o Brasil agora conta com 130 IGs reconhecidas, sendo 91 de Indicação de Procedência e 39 de Denominação de Origem (29 nacionais e 10 estrangeiras).
Oportunidades para Produtores Locais
Para os cafeicultores da Chapada, o selo de IG representa uma oportunidade de acessar mercados mais exigentes e melhorar as condições de negociação. Além de agregar valor ao produto, ele fortalece a identidade local e garante uma proteção jurídica para a região produtora. Segundo Edirlan Souza, gerente regional do Sebrae em Irecê, esse reconhecimento “eleva o status do café local e consolida o trabalho de gerações de produtores.”
Parcerias e Futuro
O Sebrae, junto a prefeituras e instituições como a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), desempenhou um papel essencial na capacitação dos produtores e na estruturação do pedido de Indicação Geográfica. Essa conquista é vista como um marco histórico para a região e uma vitória que promete abrir novas portas para os pequenos agricultores locais.
A Indicação Geográfica é mais que um selo; é um símbolo de que o café da Chapada Diamantina é um produto de excelência, digno de reconhecimento internacional.
Fonte: g1